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Fibromialgia em idosos : causas e sintomas

Causas e Sintomas da Fibromialgia em idosos
O diagnóstico da fibromialgia em idosos, por vezes, é dificultado, pois seus sintomas são similares às condições naturais do envelhecimento – dores generalizadas e fadiga.

A fibromialgia é uma síndrome crônica, caracterizada por dor generalizada no corpo e sensibilidade em áreas específicas, conhecidas como pontos de gatilho.

Além da dor, essa condição também se manifesta por meio de sintomas como cansaço persistente, alterações no padrão de sono, lapsos de memória e variações de humor.

É importante notar que, apesar de a condição poder ser diagnosticada em qualquer idade, sua incidência é mais frequente em adultos, particularmente em mulheres, na faixa etária de 30 a 50 anos. Contudo, a ocorrência da síndrome em indivíduos mais velhos (de ambos os sexos) não é rara.

De fato, os sintomas da fibromialgia podem se assemelhar aos do envelhecimento natural, como dores generalizadas e fadiga, o que por vezes pode dificultar o diagnóstico em populações mais velhas.

Embora não existam evidências de que a fibromialgia esteja relacionada diretamente ao envelhecimento, vale observar que o avançar da idade pode influenciar na manifestação dos sintomas, devido à diminuição da resiliência do corpo a estresses físicos e emocionais e à presença concomitante de outras condições médicas — que podem agravar ou mascarar os sintomas da fibromialgia.

Causas da fibromialgia

As causas da fibromialgia ainda não são totalmente compreendidas. O que se entende, até agora, é que a síndrome resulta da interação entre predisposições genéticas, fatores biológicos e ambientais.

Especificamente, alterações nos neurotransmissores (como a serotonina e a norepinefrina), desequilíbrios hormonais (tais como os observados durante a menopausa), modificações no sistema imunológico e eventos estressantes (traumas físicos ou emocionais, procedimentos cirúrgicos, infecções e estresse prolongado, por exemplo) contribuem para o quadro.

Essa complexa combinação contribui para uma sensibilidade amplificada à dor, característica marcante da fibromialgia. Isso ocorre porque o cérebro e o sistema nervoso podem interpretar erroneamente os sinais de dor comuns como sendo mais severos do que a realidade.

Quais as causas possíveis da fibromialgia em idosos
Pesquisas apontam que a sensibilidade acentuada da dor – característica da fibromialgia – acontece porque o cérebro e o sistema nervoso interpretam de maneira errônea a intensidade “real” desta dor.

A fibromialgia e a terceira idade

Conforme mencionamos, a fibromialgia pode se tornar mais prevalente ou intensa com o avanço da idade — não por causa do envelhecimento em si, mas devido a mudanças e experiências típicas dessa fase da vida que, por sua vez, podem influenciar ou agravar os sintomas da síndrome.

Nesse sentido, destacam-se fatores particularmente relevantes para quem está na terceira idade:

Redução da resiliência física e emocional

O processo natural de envelhecimento tende a impactar a capacidade do corpo e da mente de se recuperar de estresse.

Por conta disso, eventos antes considerados “menores” podem, na terceira idade, desencadear sintomas como dores prolongadas e fadiga, fazendo com que as manifestações da fibromialgia se tornem mais evidentes ou difíceis de gerenciar.

Presença de doenças crônicas

É comum que idosos convivam com outras condições crônicas, tais como artrite e diabetes.

Além de dificultar o diagnóstico da fibromialgia (devido à semelhança entre seus sintomas), essas doenças podem agravar a percepção da dor e do mal-estar geral.


Veja também: Artrose em idosos: o que é, sintomas e tratamentos.


Alterações no sistema nervoso

Com a idade, ocorrem mudanças fisiológicas no sistema nervoso central. É possível, por exemplo, que ocorra uma diminuição da eficiência na condução de impulsos nervosos ou alterações nos níveis dos neurotransmissores.

Em função dessas mudanças, o corpo pode processar a dor de modo diferente, o que explica por que os idosos tendem a ser mais sensíveis a estímulos dolorosos — um aspecto central da síndrome fibromiálgica.

Contudo, é importante entender que, ainda que a fibromialgia seja, em determinados casos, diagnosticada apenas na terceira idade, isso não significa que se inicie nessa fase da vida.

Muitas vezes, o acúmulo de fatores de risco e a exposição a desencadeantes ao longo dos anos estabelecem as condições para o desenvolvimento da síndrome, que só se torna aparente quando o corpo começa a mostrar sinais de vulnerabilidade mais significativa.

Sintomas relacionados à fibromialgia em idosos

Sintomas relacionados à fibromialgia na terceira idade
Se sintomas como dores no corpo, dificuldade ao se levantar pela manhã, grande sensação de cansaço, entre outros, forem persistentes, é aconselhável “não achar normal” e procurar ajuda especializada para conhecer a(s) causa(s).

Na terceira idade, o corpo passa por muitas mudanças — e pode ser difícil diferenciar o que é parte do processo natural de envelhecimento daquilo que pode ser um sinal de algo mais sério, como a fibromialgia.

Por isso, é importante estar informado sobre os sintomas da síndrome para que, se presentes, possam ser discutidos com o médico geriatra.

Se você notar algum dos seguintes incômodos, é aconselhável conversar com seu médico:

  • Dor crônica, que persiste por mais de três meses, afetando várias partes do corpo, especialmente em locais específicos conhecidos como pontos sensíveis.
  • Sensação de cansaço constante e esmagador, que não é aliviada por repouso ou sono.
  • Problemas para iniciar ou manter o sono, ou acordar sem se sentir revigorado.
  • Dificuldades com memória e concentração (conhecidas como “nevoeiro fibro“) que impactam o cotidiano, dificultando tarefas que exigem foco.
  • Rigidez ao acordar, que geralmente melhora com o movimento (embora possa ser comum com o envelhecimento, a persistência desse sintoma merece atenção).
  • Mudanças de humor, incluindo sentimentos de tristeza, apatia e ansiedade (tais sintomas podem ser tanto manifestações da fibromialgia quanto fatores que agravam a condição).
  • Maior sensibilidade a temperaturas frias ou quentes.
  • Dores de cabeça frequentes.
  • Síndrome do intestino irritável.

Esteja sempre atento aos sinais de seu corpo e, na hipótese de observar qualquer tipo de alteração em seu bem-estar, não se precipite ao julgar o sintoma como “parte do envelhecimento”.

Comunique ao seu geriatra suas preocupações e seus desconfortos — sejam eles físicos ou psicológicos — para garantir que não impactem negativamente sua qualidade de vida.

Ainda que não exista uma cura definitiva para a fibromialgia, há muitas estratégias e tratamentos que podem ajudar a gerenciar os sintomas.

O apoio de um profissional pode fazer toda a diferença na forma como você convive com a condição, permitindo um cotidiano mais ativo e menos limitado pela dor e fadiga.

Dra. Priscila Henriques Pisoli
Médica Geriatra | CRM 145368 | RQE 84315

Celular e WhatsApp: (11) 97038-3560
Endereço: Rua Borges Lagoa, 1.070 Conj.53
Vila Clementino, São Paulo, SP

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