
Receber o diagnóstico de uma doença grave ou terminal pode ser muito difícil e assustador. Por isso, nessas circunstâncias, contar com o apoio de uma equipe médica especializada em cuidados paliativos faz toda a diferença.
Essa abordagem médica busca oferecer conforto e suporte para que a pessoa tenha uma boa qualidade de vida, independente de seu prognóstico. Além disso, ela visa aliviar o sofrimento físico, emocional, social e espiritual da pessoa e de seus familiares e cuidadores.
Para entender melhor o que são os cuidados paliativos e quais seus benefícios para pacientes e famílias, continue a leitura do texto.
O que são cuidados paliativos?
Cuidados paliativos são um conjunto de ações que buscam melhorar a qualidade de vida e aliviar o sofrimento de pessoas que enfrentam doenças graves, crônicas ou incuráveis.
Esses cuidados podem ser oferecidos em diferentes ambientes, como hospitais, unidades especializadas em cuidados paliativos (hospices) ou mesmo no conforto da casa do paciente.
O principal objetivo dos cuidados paliativos é ajudar o paciente a lidar com a sua condição da forma mais confortável e digna possível, independentemente do estágio da doença.
Para isso, uma equipe multidisciplinar — composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais — trabalha em conjunto, buscando atender às necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais do paciente e de seus familiares e cuidadores.
É importante não associar os cuidados paliativos à ideia de que não há mais nada a fazer pela pessoa que está doente. Na verdade, indica que muito pode ser feito para ajudar a aliviar o sofrimento e oferecer o melhor suporte possível em um momento tão delicado e importante da vida.
Quais são os pilares dos cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos se baseiam em quatro pilares principais:
1. Aliviar os sintomas que causam desconforto ao paciente
Inclui medidas como usar medicamentos para a dor, oferecer massagens para o relaxamento e ajustar o ambiente para o conforto e a segurança.
2. Comunicar-se de forma clara e respeitosa com o paciente, seus familiares e cuidadores
Implica em informar sobre as opções de tratamento, esclarecer a situação de saúde, escutar as dúvidas e preferências dos envolvidos, acatando suas decisões.
3. Apoiar emocionalmente, socialmente e espiritualmente quem cuida do paciente
Trata-se, por exemplo, de ensinar como cuidar do paciente em casa, disponibilizar serviços de apoio psicológico ou espiritual para os familiares e cuidadores, facilitar o acesso a recursos sociais ou financeiros e acompanhar os familiares e cuidadores no processo de luto.
4. Trabalhar em equipe
Significa reunir profissionais de diferentes áreas da saúde, a fim de atender às necessidades do paciente de forma completa e individualizada, além de manter uma comunicação aberta e eficiente entre a equipe, o paciente, os familiares e os cuidadores.

Leitura recomendada: Prevenção de acidentes domésticos com idosos: dicas para deixar a casa mais segura.
Quem pode receber cuidados paliativos?
Qualquer pessoa que enfrente uma doença grave ou incurável pode receber cuidados paliativos. Alguns exemplos de situações são:
- Câncer;
- Doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla;
- Doença renal ou hepática crônica;
- Doenças cardíacas;
- Problemas pulmonares crônicos;
- AIDS;
- Lesão cerebral traumática grave ou acidente vascular cerebral (AVC).
É preciso deixar claro que os cuidados paliativos não são exclusivos para pacientes em fase terminal — ou seja, eles podem ser oferecidos durante todo o curso da doença, desde o momento do diagnóstico até o final da vida.
Além disso, vale mencionar que os cuidados paliativos não são sinônimo de abandono do tratamento da doença, mas sim uma abordagem complementar que busca aliviar os sintomas e o sofrimento do paciente.
Quais são os benefícios dos cuidados paliativos?
Os cuidados paliativos têm diversos benefícios, tanto para o paciente quanto para seus familiares e cuidadores. Por exemplo, eles ajudam a:
- Prevenir e tratar sintomas como dor, náuseas, fadiga, falta de ar, ansiedade e depressão, comuns em doenças graves;
- Gerenciar os efeitos colaterais dos tratamentos;
- Prevenir novos sintomas ou problemas de saúde;
- Encarar a vida e a morte como processos naturais;
- Facilitar a comunicação entre o paciente, a família e a equipe médica;
- Promover um cuidado integral, levando em consideração as necessidades emocionais, sociais e espirituais do paciente e de sua família;
- Reduzir as internações hospitalares e a frequência de visitas ao pronto-socorro, proporcionando um ambiente mais acolhedor e familiar para receber os cuidados necessários.
Esse cuidado holístico e individualizado contribui para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar geral do paciente, permitindo que ele viva com mais conforto e autonomia até o final de sua vida.
Quem pode fazer parte da equipe de cuidados paliativos?
A equipe de cuidados paliativos é composta por profissionais de diferentes áreas, com o objetivo de fornecer um atendimento abrangente e personalizado.
Essa equipe multidisciplinar pode incluir:
- Médicos,
- Enfermeiros,
- Psicólogos,
- Assistentes sociais,
- Fisioterapeutas,
- Fonoaudiólogos,
- Dentistas,
- Nutricionistas,
- Terapeutas ocupacionais;
- Outros profissionais, dependendo das necessidades específicas do paciente.
Junto à equipe, o paciente e sua família têm um papel fundamental, transmitindo informações sobre suas necessidades e desejos e participando ativamente da tomada de decisões sobre os cuidados.
Confira também: Médico geriatra: perguntas frequentes sobre geriatria.

Qual é o papel de cada profissional na equipe de cuidados paliativos?
Cada profissional na equipe de cuidados paliativos tem um papel importante para atender às necessidades do paciente e da família. A título de exemplo, podemos citar:
- Médico: responsável por avaliar e tratar os sintomas físicos da doença, prescrever medicamentos, orientar o plano de cuidados e ajudar a definir as metas e objetivos do tratamento paliativo, em conjunto com a equipe multidisciplinar.
- Enfermeiro: monitora o estado clínico do paciente, administra os medicamentos, cuida da prevenção e tratamento de feridas e lesões de pele, além de educar o paciente e a família sobre os cuidados que devem ser tomados em casa.
- Psicólogo: oferece apoio emocional ao paciente e à família, ajudando-os a lidar com o estresse, medo, ansiedade, depressão e outros aspectos psicológicos da doença.
- Assistente social: identifica as necessidades sociais do paciente e da família, auxiliando-os nas questões burocráticas, financeiras e legais relacionadas à doença.
- Nutricionista: orienta o paciente sobre uma alimentação adequada para sua condição de saúde, prevenindo ou tratando problemas nutricionais como desnutrição ou obesidade.
- Fisioterapeuta: trabalha para ajudar o paciente a manter a força física, mobilidade e independência, por meio de exercícios, técnicas de reabilitação e auxílio no controle da dor e desconforto.
- Dentista: oferece cuidados odontológicos para prevenir e tratar problemas bucais (como cáries, infecções ou feridas na boca) que possam afetar a qualidade de vida do paciente.
- Fonoaudiólogo: atua na avaliação e tratamento de distúrbios da comunicação, como problemas de fala e deglutição, que podem surgir em decorrência da doença.
Vale lembrar que esses são apenas alguns dos profissionais que podem fazer parte da equipe de cuidados paliativos e que todos trabalham colaborativamente para oferecer uma assistência humanizada ao paciente em estado grave ou terminal.
Leia também: Alimentação saudável na terceira idade.
Ainda tem dúvidas sobre cuidados paliativos? Então não hesite em compartilhá-las conosco. Utilize o espaço de comentários (logo abaixo) para registrar suas perguntas, pois, assim, podemos te ajudar a obter as informações de que você precisa!