A ansiedade é um transtorno que se manifesta de diversas maneiras e pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo os mais velhos. Os sintomas mais comuns incluem inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e até mesmo tristeza ou desânimo sem motivos aparentes. Se não for tratada adequadamente, a ansiedade em idosos pode comprometer significativamente a qualidade de vida, elevando o risco de doenças cardíacas, hipertensão, problemas digestivos e depressão.
Lidar com a ansiedade na terceira idade pode ser especialmente desafiador, pois nem sempre os sinais do problema são facilmente reconhecidos e o estigma em torno da saúde mental pode dificultar a busca por ajuda. Além disso, fatores como mudanças na rotina, perda de entes queridos e o enfrentamento de doenças crônicas tornam o controle dos sintomas ansiosos ainda mais complexo.
Neste artigo, apresentaremos recomendações e tratamentos sugeridos por especialistas em psicogeriatria para lidar com a ansiedade em idosos. Também vamos compartilhar dicas e hábitos que contribuem para reduzir o estresse, a tensão e o nervosismo no dia a dia. Continue a leitura e descubra o que pode ser feito para ajudar idosos que enfrentam essa condição.
Tratamentos para ansiedade em idosos sugeridos por médicos geriatras
Os médicos geriatras, especialistas no cuidado de idosos, podem propor uma variedade de tratamentos e abordagens para gerenciar a ansiedade na terceira idade. Veja alguns exemplos:
Psicoterapia
A psicoterapia desempenha um papel crucial no tratamento da ansiedade em idosos. Dentre as diversas metodologias terapêuticas, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é comumente recomendada, pois auxilia na identificação e modificação de padrões negativos de pensamento e comportamento relacionados à ansiedade.
Medicamentos
Em situações de ansiedade moderada a grave, o médico geriatra pode prescrever medicamentos, tais como antidepressivos, ansiolíticos e betabloqueadores.
Quando o uso de medicamentos for recomendado, é imprescindível seguir à risca as orientações quanto à dosagem e duração do tratamento.
Também é muito importante conversar com o médico sobre possíveis efeitos colaterais ou interações medicamentosas com outros remédios que o idoso esteja tomando.
Terapias alternativas
Além da psicoterapia e dos medicamentos, existem terapias alternativas que podem complementar o tratamento da ansiedade em idosos. Algumas opções são:
Acupuntura
Esta técnica atua em pontos específicos do corpo, usando agulhas finas (que não causam dor), proporcionando o alívio de sintomas como tensão muscular, irritação e cansaço.
Métodos como auriculoterapia e ventosaterapia, que também estimulam áreas estratégicas, são outras opções a serem consideradas.
Yoga
Adaptada às condições médicas e limitações físicas do idoso, a prática de yoga abrange relaxamento, alongamentos e pranayamas (exercícios de respiração), colaborando no controle da ansiedade.
Hidroterapia
Conhecida também como fisioterapia aquática, esta terapia contribui para a diminuição do estresse e da ansiedade, promovendo relaxamento e bem-estar por meio de movimentos realizados na água.
Mindfulness
A prática de mindfulness (ou atenção plena) consiste em treinar a mente para se concentrar no presente, nas sensações físicas e emocionais, sem julgamento ou distração.
Ao adquirir habilidade para reconhecer e aceitar pensamentos e sentimentos, os idosos desenvolvem maior consciência de suas emoções e reações, o que colabora na diminuição do impacto da ansiedade.
Arteterapia
Esta abordagem terapêutica utiliza a expressão artística como forma de promover autoconhecimento, comunicação e equilíbrio emocional.
Por meio de atividades como pintura, música, dança, teatro e outras formas de arte, os idosos têm a oportunidade de explorar e expressar seus sentimentos de maneira criativa, auxiliando no alívio dos sintomas de ansiedade.
Além disso, a arteterapia pode proporcionar uma sensação de realização e propósito, melhorando a autoestima de pessoas na terceira idade.
Dicas para lidar com a ansiedade no dia a dia
O tratamento da ansiedade em idosos geralmente prioriza abordagens não farmacológicas antes de considerar o uso de medicamentos. Inclusive, é possível adotar práticas e hábitos saudáveis no cotidiano que ajudam a lidar com a ansiedade na terceira idade.
Algumas dicas que podem fazer a diferença no dia a dia incluem:
Exercícios físicos e atividades ao ar livre
A prática regular de exercícios físicos e atividades ao ar livre pode ter um impacto considerável na redução dos sintomas ansiosos. Caminhadas, natação, tai chi e atividades recreativas em grupo são opções interessantes. Tais atividades promovem a liberação de endorfinas (hormônios que proporcionam bem-estar e relaxamento), além de contribuir para a socialização e melhora da qualidade de vida.
Leia também: Os surpreendentes benefícios da prática de esportes na terceira idade.
Técnicas de relaxamento e meditação
Reservar um tempo para técnicas de relaxamento e meditação pode ser útil no controle da ansiedade. Práticas como a respiração profunda, relaxamento muscular progressivo e meditação guiada ajudam a acalmar a mente e a reduzir os níveis de estresse. Incorporar essas práticas na rotina diária pode trazer benefícios duradouros para a saúde mental e emocional dos idosos.
Estabelecimento de uma rotina saudável
Manter uma rotina saudável — seguindo uma alimentação equilibrada, horários regulares para dormir e acordar, bem como incluir atividades prazerosas no dia a dia — tem um resultado significativo no manejo da ansiedade em idosos. Uma rotina previsível e estruturada pode ajudar a diminuir a sensação de incerteza e insegurança, proporcionando maior tranquilidade e controle sobre a própria vida.
Confira aqui no blog: A importância do sono na terceira idade.
Vale destacar que, embora as dicas e recomendações deste post possam trazer esclarecimentos importantes, cada caso de ansiedade em idosos é único e requer uma abordagem específica para o tratamento. Por isso, é importante procurar um médico geriatra ou um psicogeriatra para obter um diagnóstico preciso e orientações adequadas ao indivíduo
Nesse sentido, jamais substitua a orientação médica profissional por informações obtidas na internet. Continuar se informando é de extrema importância, mas não dispensa o acompanhamento de um especialista!
