Quando chegamos à terceira idade, geralmente ficamos mais atentos aos problemas de memória e às dificuldades relacionadas às habilidades de pensamento.
Claro, é sempre importante perceber os sinais de que algo em nossa saúde — seja no aspecto físico ou mental — está diferente. Afinal, se houver algum problema, quanto antes pudermos contar com avaliação, diagnóstico e tratamento médico, melhor.
Mas também devemos saber que nem toda mudança indica uma doença.
Há uma série de alterações normais, que fazem parte do processo de envelhecimento. E, aqui, incluímos determinados tipos de problemas de memória.
Então, como reconhecer a diferença entre circunstâncias normais do envelhecimento e sintomas que podem indicar doenças, como Mal de Alzheimer e outras demências, por exemplo?
Neste texto, vamos conversar um pouco sobre este assunto.
Problemas de memória na terceira idade
Conforme envelhecemos, podemos notar que nosso corpo passa por transformações.
Algumas dessas transformações são mais evidentes, como aquelas que identificamos em nossa pele.
No entanto, existem outras mudanças, que não somos capazes de observar quando paramos em frente ao espelho.
Contudo, a ação do tempo afeta nosso corpo, como um todo, incluindo nosso cérebro.
Logo, do mesmo modo que entendemos que a pele, aos 70 anos, se mostra diferente do que era, aos 20, também devemos considerar que o cérebro pode apresentar alterações resultantes da idade.
Lógico, não envelhecemos, todos, da mesma forma. Portanto, ainda que certas mudanças sejam consideradas normais, isso não significa que você, necessariamente, irá vivenciá-las.
Mas, caso você identifique problemas de memória, como os que descreveremos a seguir, saiba que eles são comuns e fazem parte do envelhecimento. Ou seja, não representam indícios do desenvolvimento de demência.
Leia também: Como proteger a memória do envelhecimento.
Dentre os problemas de memória que são considerados normais na terceira idade, podemos citar:
- Ter dificuldade para lembrar do nome de um conhecido, com quem você não tem contato há um tempo.
- Ocasionalmente, esquecer onde guardou ou deixou alguma coisa.
- Não conseguir recordar detalhes de conversas ou de eventos do passado.
- Levar mais tempo para aprender novas informações.
- Vez ou outra, ter dificuldade de lembrar da palavra exata que gostaria de usar para expressar sua ideia.
- Eventualmente, esquecer de algum compromisso.
Agora, é necessário enfatizar: para que os problemas de memória sejam interpretados como normais, eles devem ser pontuais. Caso aconteçam com muita frequência, há um sinal de alerta que você não deve ignorar.
Outra característica dos problemas de memória que fazem parte do envelhecimento é que eles não prejudicam sua vida diária.
Vale dizer, também, que nem sempre somos os primeiros a perceber que os problemas de memória estão se tornando recorrentes. Sendo assim, caso alguém que convive com você notar que seus esquecimentos estão muito presentes em seu dia a dia, não desconsidere o comentário.
Uma vez que exista motivo para preocupação, é necessário conversar com seu médico.
Problemas de memória que devem ser investigados
Saber o que é normal no processo de envelhecimento te ajuda a evitar conclusões precipitadas.
Por outro lado, ao aprender a identificar sinais e sintomas que merecem atenção, não imagine que você está apto a fazer um diagnóstico!
Os problemas de memória podem acontecer devido a diversos fatores — incluindo reações a medicamentos, traumas e distúrbios psicológicos.
A única pessoa que pode avaliar sua condição clínica é o médico.
Então, não presuma que você apresenta sinais de Alzheimer — ou outra demência — apenas porque verifica alguns sintomas.
Tendo isso em mente, marque uma consulta com seu médico geriatra se você observar qualquer problema de memória que esteja atrapalhando sua rotina e/ou acontecendo com recorrência.
Mesmo que não pareça “nada sério”, quando você se sente incomodado ou tem dúvidas sobre sua saúde, é importante consultar um médico para obter orientações.
Não adie a conversa com seu médico se os seus problemas de memória incluem:
- Dificuldade para lembrar do nome de pessoas próximas.
- Esquecer de conversas e eventos que aconteceram recentemente.
- Contar as mesmas histórias ou ser repetitivo ao fazer perguntas.
- Ter dificuldade para manter o foco.
- Esquecer, com frequência, de compromissos.
- Perder objetos ou guardá-los em lugares inusitados.
- Dificuldade para chegar ou se orientar em um local conhecido (às vezes, a pessoa não lembra onde está ou como chegou ao local).
- Depender, cada vez mais, de lembretes escritos para não esquecer de afazeres do dia a dia.
- Dificuldade para realizar tarefas diárias (como pagar contas, fazer compras e dirigir).
- Encontrar problemas para seguir instruções simples, como o passo a passo de receitas.
Tal como destacamos ao listar os problemas de memória que fazem parte do envelhecimento normal, aqui também precisamos chamar a atenção sobre a frequência dos episódios.
Não fique alarmado se, por exemplo, você notar que andou um pouco distraído nos últimos dias. Pode ser que você tenha passado por algum momento de estresse ou esteja preocupado com uma situação. Depois que conseguir relaxar, você deve recuperar sua capacidade de foco e concentração habituais.
Contudo, caso a dificuldade persista, é necessário investigar a causa do problema.
O mesmo se aplica aos demais sinais que apontamos acima.
O outro ponto ao qual você deve estar atento é o impacto da perda de memória em sua rotina. Qualquer dificuldade que o deixe desconfortável ou o impeça de realizar atividades com o qual estava acostumado precisa ser relatada ao seu médico.
Saiba mais:
⇨ Prevenção do Alzheimer: 5 maneiras de reduzir o risco da doença.
⇨ Quais os fatores de risco do Alzheimer?