A artrose, também conhecida como osteoartrite, é uma condição degenerativa que afeta as articulações.
Para compreender a natureza desse problema, imagine as articulações humanas como engrenagens.
Assim como engrenagens necessitam de lubrificação para funcionar adequadamente, nossas articulações requerem uma proteção que minimize o atrito entre os ossos.
Essa função é cumprida pela cartilagem — um tecido elástico e resistente. Ela funciona como uma espécie de “almofada”, facilitando o deslizamento dos ossos entre si e absorvendo impactos, especialmente durante atividades do dia a dia, como caminhar ou levantar objetos.
Contudo, com o passar dos anos, essa proteção cartilaginosa pode se deteriorar, provocando um contato mais direto entre os ossos.
Por consequência, a artrose em idosos acaba se mostrando relativamente comum, uma vez que o desgaste da cartilagem tende a ser mais expressivo conforme somamos décadas de vida.
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Sintomas da artrose em idosos
A artrose não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. A intensidade e os tipos de sintomas podem variar.
No entanto, é comum que idosos percebam certas mudanças em suas articulações conforme essa condição se desenvolve.
Nesse sentido, os principais sinais de artrose incluem:
1. Dores nas articulações
A dor pode ser constante, mas de baixa intensidade, sendo muitas vezes descrita como um desconforto.
Outras pessoas podem identificar a dor como uma sensação de pontadas ou queimação nas áreas afetadas.
Eventualmente, as dores podem piorar com atividades físicas e amenizar em situações de repouso.
2. Rigidez
Muitos idosos com artrose relatam rigidez, especialmente ao acordar pela manhã ou após períodos de inatividade. Esse sintoma geralmente dura menos de uma hora, mas pode ser particularmente incômodo.
3. Redução da flexibilidade
Uma articulação afetada pela artrose pode não ter a mesma amplitude de movimento de antes. Sendo assim, pode ser mais difícil executar certas atividades — como amarrar sapatos, subir escadas ou manusear objetos.
4. Crepitação
A sensação ou o som de estalos e rangidos durante o movimento da articulação é chamada de crepitação. É como se você pudesse “ouvir” ou “sentir” a articulação se movendo.
5. Inchaço
O inchaço (especialmente perceptível após atividades que sobrecarregam as articulações) ocorre devido à inflamação na área afetada e pode tornar o movimento mais difícil e doloroso.
6. Deformidades
Em casos avançados, é possível observar alterações visíveis na estrutura das articulações, como o surgimento de nódulos ou o desvio do alinhamento natural.
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Enquanto alguns idosos podem apresentar vários destes sintomas, outros podem ter apenas um ou dois.
Também vale destacar que a presença e a gravidade dos sintomas nem sempre refletem a extensão do desgaste da cartilagem.
Por isso, é importante consultar um médico para uma avaliação precisa e orientação adequada.
Causas e fatores de risco da artrose em idosos
Uma combinação de fatores pode contribuir para o desenvolvimento da artrose em idosos. Dentre eles, podemos destacar:
Envelhecimento
Como mencionamos anteriormente, o desgaste natural das articulações com o avançar da idade é uma das causas mais comuns da artrose.
Genética
Algumas pessoas têm predisposição genética para a artrose, o que pode explicar a ocorrência da doença em várias gerações da mesma família.
Obesidade
O excesso de peso aumenta a pressão sobre as articulações, especialmente em áreas como joelhos e quadril. Tal condição pode acelerar o desgaste da cartilagem e, consequentemente, levar ao desenvolvimento da artrose.
Lesões e cirurgias anteriores
Uma lesão ou cirurgia prévia em uma articulação pode aumentar o risco de desenvolver artrose naquela área, especialmente se a recuperação não foi completa.
Atividades repetitivas
Trabalhos ou hobbies que exigem movimentos repetitivos ou sobrecarga em uma articulação específica podem contribuir para o desgaste mais rápido da cartilagem.
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Tratamentos para artrose em idosos
A artrose é uma condição crônica e, embora não tenha cura, existem várias estratégias de tratamento que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Veja alguns exemplos:
Medicamentos
Analgésicos e anti-inflamatórios estão entre os mais prescritos. Sua principal função é aliviar a dor e reduzir inflamações.
Contudo, a escolha e dosagem destes medicamentos devem ser orientadas por um profissional da saúde, pois variam conforme a intensidade e o estágio da artrose.
Fisioterapia
Essencial para fortalecer os músculos ao redor das articulações afetadas, ampliando a mobilidade e reduzindo desconfortos.
Por meio de exercícios específicos, a fisioterapia busca melhorar a funcionalidade da articulação.
Terapia Ocupacional
Oferece técnicas e orientações sobre como realizar atividades cotidianas, evitando sobrecarregar as articulações debilitadas. A abordagem ensina adaptações úteis que podem facilitar tarefas diárias.
Exercícios e atividades físicas
Hidroginástica, caminhada e pilates são recomendados para idosos com artrose. Além de fortalecer a musculatura, essas atividades melhoram o sistema cardiovascular, contribuindo para uma postura adequada, equilíbrio e até para o controle de outras condições de saúde.
Técnicas complementares
A acupuntura, por exemplo, tem se mostrado eficaz no combate à dor e ao inchaço, facilitando a mobilidade da articulação.
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O tratamento de artrose em idosos é um processo personalizado e diversos profissionais podem trabalhar em conjunto para aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Portanto, converse com seu geriatra para saber o que é indicado para você.
Caso tenha outras dúvidas sobre o assunto, fique à vontade para escrevê-las no campo de comentários!