A perda de massa óssea é uma condição normal do processo de envelhecimento. Em situações mais graves, essa perda ocasiona a osteoporose — uma doença crônica, degenerativa e para a qual não existe cura.
No entanto, existe uma condição pré-osteoporose, denominada osteopenia, que consiste na redução da massa óssea em níveis que ainda podem ser revertidos.
Para ter uma ideia clara do que significa a osteopenia, podemos pensá-la como uma condição intermediária. Ou seja, ela ocorre quando seus ossos não estão tão saudáveis quanto deveriam — portanto, mais frágeis do que o normal. Mas não estão tão fracos — e sujeitos a fraturas — como nos casos de osteoporose.
Sintomas de osteopenia
Em geral, a osteopenia não apresenta sintomas. Logo, você não perceberá alterações que indiquem a condição.
Quando você começa a notar incômodos frequentes — tais como dores na coluna e diminuição da força para segurar ou suspender objetos com as mãos — é bastante provável que o quadro já tenha evoluído para osteoporose.
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Causas da osteopenia
A principal causa da osteopenia é o próprio envelhecimento, pois, após os 50 anos, os ossos podem se tornar mais porosos, dificultando a absorção do cálcio.
Contudo, embora a condição seja bastante comum, ela não é inevitável. Sua manifestação depende, em grande medida, do estilo de vida que a pessoa leva.
Sendo assim, além do processo de envelhecimento, as causas e fatores de risco associados à osteopenia incluem:
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Consumo excessivo de álcool e café;
- Pouca exposição ao sol;
- Baixo consumo de cálcio e vitamina D.
Além dos fatores relacionados ao estilo de vida, existem outras condições que podem contribuir para o desenvolvimento da osteopenia. Dentre essas, destacam-se:
- Fatores genéticos e hereditários;
- Pós-menopausa;
- Desnutrição;
- Anorexia;
- Bulimia;
- Síndrome de Cushing (hipercortisolismo);
- Hipertireoidismo;
- Artrite reumatóide;
- Lúpus;
- Doença de Crohn;
- Cirurgia no sistema gastrointestinal;
- Uso prolongado de certos medicamentos (anticonvulsivantes, corticosteroides e hormônios tireoidianos, por exemplo).
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Complicações da osteopenia
Uma vez que os ossos não estão plenamente saudáveis, a osteopenia — se não tratada — pode comprometer a resistência dos ossos e aumentar o risco de fraturas.
Ou seja, a perda de massa óssea pode se tornar significativa e resultar em osteoporose, fazendo com que a pessoa fique muito mais suscetível a fraturas na coluna, punhos, bacia, fêmur e braços.
Diagnóstico da osteopenia
Conforme mencionamos, a osteopenia não é perceptível a partir de sintomas e indícios que possam ser observados no dia a dia. Por isso, é importante realizar exames periódicos, que permitam a avaliação da massa óssea.
Nesse sentido, a densitometria óssea é o recurso mais utilizado pelos médicos.
Além da densitometria, caso seja percebida alguma anomalia, o médico pode requisitar exames de sangue, a fim de identificar eventuais fatores secundários (doenças ou condições de saúde) que possam contribuir para a degeneração óssea.
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Tratamento da osteopenia
O objetivo do tratamento da osteopenia é evitar que a condição evolua para osteoporose.
Sendo assim, os cuidados prescritos pelo médico se concentram em mudanças no estilo de vida — incluindo rotinas de exercícios, alimentação saudável e eliminação (ou redução) de agentes nocivos, como cigarros e álcool.
Por vezes, o médico pode recomendar a suplementação de vitamina D e cálcio. No entanto, a necessidade de tais suplementos dependerá da condição do paciente. Isso significa que você não deve tomá-los por conta própria.
Em determinadas situações, quando a degeneração óssea está mais avançada (se aproximando do quadro de osteoporose), é possível que o tratamento inclua o uso de medicamentos (bifosfonatos) e reposição hormonal.
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Prevenção da osteopenia
A osteopenia — bem como a osteoporose — tem menor probabilidade de se desenvolver quando você se compromete com hábitos preventivos.
São hábitos simples, que favorecem tanto a saúde óssea quanto uma série de outros aspectos de sua qualidade de vida.
Portanto, se você pretende evitar problemas que atrapalhem seus planos de longevidade e envelhecimento saudável, siga estas dicas:
1. Pratique atividades físicas regularmente
O sedentarismo é um fator de risco para diversos problemas de saúde. E, na terceira idade, esse mau hábito traz ainda mais complicações, chegando a prejudicar a força, o equilíbrio e a agilidade.
Por isso, os médicos são unânimes ao recomendar a prática de exercícios físicos. Cerca de 30 minutos de atividades, ao menos 5 dias por semana, já costuma ser suficiente para ajudar a prevenir condições como a osteopenia.
Contudo, ainda que os benefícios dos exercícios físicos sejam incontestáveis, é fundamental conversar com seu médico para obter orientações quanto aos tipos de atividades apropriadas para você.
2. Tome banhos de sol
Sim, o sol é um aliado de sua saúde óssea! Desde que, obviamente, você administre sua exposição solar de forma adequada. Bastam 10 a 15 minutos, no início da manhã ou no final da tarde, para que o banho de sol auxilie na síntese de vitamina D.
3. Inclua fontes de cálcio e vitamina D em sua dieta
A saúde de seus ossos depende, também, de uma alimentação balanceada.
Boas fontes de cálcio incluem:
- Chia;
- Tofu;
- Couve;
- Rúcula;
- Grão-de-bico;
- Brócolis;
- Leite;
- Queijo branco;
- Iogurte natural;
- Peixe.
Já a vitamina D pode ser obtida em alimentos como:
- Ovos;
- Atum;
- Salmão;
- Cogumelos;
- Grãos integrais.
4. Fuja dos vilões da longevidade saudável
Fumar, consumir bebidas alcoólicas em excesso e abusar da cafeína (presente não só no café, mas também em determinados tipos de chás, refrigerantes e energéticos, por exemplo) são fatores de risco para a osteopenia.
Converse com seu médico se precisar de ajuda para se desvencilhar desses maus hábitos.
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