Envelhecer é uma etapa natural da vida. Contudo, a forma como envelhecemos é profundamente influenciada pelas escolhas que fazemos — especialmente quando se trata de nosso estilo de vida.
Nesse sentido, um dos aspectos mais importantes é a atividade física regular. Ou então seu contraponto: o sedentarismo.
Embora possa parecer uma questão menor em comparação com outras preocupações de saúde, o sedentarismo em idosos pode ser uma armadilha, acarretando riscos que afetam não apenas o corpo, mas também a mente.
Mas quais riscos seriam esses?
Nos tópicos a seguir, vamos explicar como um estilo de vida sedentário pode resultar em prejuízos à saúde. Confira!
1. O sedentarismo na terceira idade aumenta o risco de quedas
Quando um idoso passa muito tempo sentado ou deitado, seu senso de equilíbrio começa a ser afetado, pois a falta de movimento interfere na capacidade do corpo de entender sua própria posição no espaço — algo conhecido como propriocepção.
Essa perda de consciência espacial pode não ser imediatamente perceptível. No entanto, quando a pessoa decide se levantar e se movimentar, o risco de desequilíbrio e queda torna-se significativamente maior.
É importante lembrar que, para os idosos, uma queda pode ser mais do que um incidente isolado, resultando em complicações médicas sérias, como fraturas e lesões que exigem um longo período de recuperação.
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2. Redução da mobilidade causada pelo sedentarismo na terceira idade
Não conseguir se levantar facilmente de uma cadeira ou sentir dificuldade para caminhar até a loja da esquina são realidades que muitos idosos enfrentam quando a mobilidade começa a declinar.
O culpado dessa situação? Frequentemente, é o sedentarismo.
A falta de atividade física pode enfraquecer os músculos e tornar as articulações menos flexíveis. O resultado é uma vida cada vez mais limitada, onde até mesmo tarefas cotidianas se transformam em desafios.
Porém, a redução na mobilidade não apenas afeta a independência e a autonomia do idoso. Seu impacto pode levar ao isolamento social, com consequências para a saúde mental e emocional.
3. Diabetes tipo 2
Você sabia que o sedentarismo pode ser um dos gatilhos para o desenvolvimento de diabetes tipo 2 em idosos?
A explicação é mais complexa do que parece. Quando os idosos não se mantêm ativos, é comum recorrerem a lanches não saudáveis com mais frequência. Consumir mais calorias do que o corpo queima pode levar ao ganho de peso — um conhecido fator de risco para diabetes.
Mas o problema não para por aí. Um estilo de vida sedentário também afeta o equilíbrio da glicose no sangue. Com menos atividade, o corpo não precisa de tanto “combustível”, fazendo com que os níveis de açúcar no sangue aumentem. Além disso, a sensibilidade à insulina, o hormônio que regula o açúcar no sangue, diminui.
Veja também: Estratégias para manter a alimentação saudável na terceira idade.
4. Doenças cardiovasculares
O sedentarismo age como um sinal para o corpo entrar em um “modo de economia de energia”, reduzindo a eficiência de vários sistemas fisiológicos.
No caso do sistema cardiovascular, essa “economia” pode ser catastrófica.
Sem o estímulo regular de atividade física, o coração começa a trabalhar de forma menos eficiente, bombeando menos sangue e oxigênio para os tecidos.
Tal situação pode levar a uma diversidade de problemas, desde o endurecimento das artérias até o desenvolvimento de coágulos sanguíneos, aumentando o risco de ataques cardíacos e derrames.
5. Osteoporose
Ossos são tecidos vivos que se renovam constantemente. No entanto, à medida que envelhecemos, o processo de renovação se torna mais lento.
O sedentarismo agrava a situação, pois a falta de estímulo físico faz com que o corpo reabsorva cálcio e outros minerais dos ossos mais rapidamente do que pode repô-los.
O resultado é uma estrutura óssea mais frágil, suscetível a fraturas e quebras, sendo que até atividades rotineiras podem se tornar perigosas quando os ossos estão enfraquecidos.
Saiba mais: O que é osteopenia?
6. Falta de energia e disposição
É comum ouvir idosos comentarem sobre a falta de energia e disposição, atribuindo esses sintomas simplesmente ao processo de envelhecimento. Contudo, o sedentarismo na terceira idade pode ser o verdadeiro responsável pela sensação de cansaço crônico.
Isso ocorre porque a ausência de atividade física pode levar a um metabolismo mais lento, fazendo com que o corpo use menos energia. Diante dessa condição, é possível que um círculo vicioso se instaure — afinal, quanto menos energia temos, menos queremos nos mover, e quanto menos nos movemos, mais nossa energia diminui!
Por outro lado, também precisamos considerar que a inatividade prolongada pode afetar negativamente o sono — elemento essencial para a recuperação e a energia — resultando em um sentimento de fadiga durante o dia.
7. Declínio cognitivo
O exercício físico melhora a circulação sanguínea em todo o corpo — incluindo o cérebro.
Com um fluxo sanguíneo saudável, o cérebro recebe o oxigênio e os nutrientes de que precisa para funcionar bem, mantendo a clareza e agilidade mental.
Também vale destacar que a atividade física libera neurotransmissores, fundamentais para a aprendizagem e a memória.
Em contrapartida, o sedentarismo na terceira idade pode acelerar o declínio das funções cerebrais, resultando em sintomas como lapsos de memória, dificuldades de concentração e até um risco elevado de desenvolver condições degenerativas, como a doença de Alzheimer.
8. Problemas de saúde mental
O sedentarismo não afeta apenas a saúde física. Ele também tem um papel significativo na saúde mental. Mas, como se dá essa relação?
Primeiramente, devemos saber que a falta de atividade física pode diminuir a produção de certos neurotransmissores e hormônios. A serotonina, por exemplo — frequentemente chamada de “hormônio do bem-estar” — diminui quando estamos inativos, o que pode levar a estados de depressão ou ansiedade.
Em segundo lugar, precisamos compreender que o sedentarismo pode contribuir para o isolamento social. Quando nos sentimos fisicamente indispostos, a probabilidade de buscarmos interações sociais diminui, o que pode resultar em sentimentos de solidão e, eventualmente, em problemas de saúde mental mais sérios.
Veja também: Como cuidar da saúde mental na terceira idade: 6 dicas essenciais.
Portanto, combater o sedentarismo na terceira idade é uma estratégia duplamente eficaz: fortalece o corpo e a mente, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e equilibrado.
Que tal se aprofundar no assunto? Continue suas leituras, conferindo os textos abaixo:
▪️ Exercício físico e envelhecimento: conheça os benefícios da atividade física para a saúde.
▪️ Vale a pena começar a praticar esportes na terceira idade?