A osteoporose é uma condição caracterizada pela diminuição da densidade e qualidade óssea, tornando os ossos mais frágeis, porosos e suscetíveis a fraturas.
Esse enfraquecimento ocorre porque, com o avançar da idade, o processo natural de renovação óssea desacelera e a eficiência na absorção de minerais essenciais — como cálcio e vitamina D — declina.
Fatores hormonais relacionados ao envelhecimento (especialmente em mulheres após a menopausa) também contribuem para essa condição, aumentando a prevalência da osteoporose na terceira idade.
Fatores de risco da osteoporose em idosos
A causa exata da osteoporose ainda é desconhecida e, embora o envelhecimento seja um fator comum, nem todos os idosos são afetados pela condição.
Sabe-se, contudo, que uma combinação de aspectos nutricionais, hábitos de vida e características físicas individuais podem influenciar significativamente a probabilidade de desenvolvimento da osteoporose.
Dentre os fatores de risco conhecidos, podemos citar:
- Idade avançada: o risco de osteoporose aumenta com a idade, especialmente após os 65 anos.
- Gênero: mulheres têm maior predisposição à osteoporose, particularmente após a menopausa, devido à queda nos níveis de estrogênio (hormônio que protege contra a perda óssea).
- Histórico familiar: a presença de osteoporose em familiares próximos pode indicar uma predisposição genética à doença.
- Baixa massa corporal: indivíduos com menor peso corporal têm menos tecido ósseo e, portanto, estão mais sujeitos a desenvolver a condição.
- Uso prolongado de certos medicamentos: medicamentos como corticosteroides, antiepilépticos, antidepressivos e alguns tratamentos para câncer podem contribuir para a perda óssea.
- Consumo insuficiente de cálcio e vitamina D: uma dieta deficiente nesses nutrientes pode contribuir para a diminuição da densidade óssea.
- Sedentarismo: a falta de atividade física pode enfraquecer os ossos ao longo do tempo.
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool: ambos têm sido associados a uma maior perda de massa óssea.
- Doenças crônicas: condições como doença renal crônica, doença celíaca e outras doenças que afetam a absorção de nutrientes podem elevar o risco de osteoporose.
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Sintomas da osteoporose
Inicialmente, a osteoporose pode ser assintomática — o que a torna uma “doença silenciosa”.
Com a progressão da doença, no entanto, os sintomas se tornam mais evidentes e podem incluir:
Dores ósseas
Uma sensação de dor ou desconforto pode surgir nas áreas mais vulneráveis à diminuição da densidade óssea, como a região lombar e o pescoço.
Fraturas frequentes
A fragilidade óssea resultante da osteoporose aumenta significativamente o risco de fraturas, mesmo com impactos leves.
Fraturas no quadril, punho e coluna vertebral são particularmente comuns e podem ocorrer em situações cotidianas, como ao levantar um objeto pesado ou após uma queda de pouca altura.
Perda de altura ao longo do tempo
A compressão das vértebras, devido à fraqueza óssea, pode resultar em uma diminuição perceptível da estatura.
Esse sintoma é frequentemente observado em exames físicos de rotina ou mesmo em circunstâncias do dia a dia — como a constatação de que roupas, que antes serviam bem, agora parecem desajustadas.
Postura curvada
Conhecida como cifose, a postura curvada ou “corcunda” é uma consequência direta da fraqueza e compressão vertebral, afetando a postura e podendo levar a dores crônicas e dificuldades de movimento.
Possíveis complicações da osteoporose na terceira idade
Sem tratamento, a osteoporose pode levar a fraturas frequentes, que, além de dolorosas, podem resultar em complicações sérias, como limitações de movimento, redução da capacidade funcional e perda de independência, afetando profundamente a qualidade de vida do idoso.
Especificamente, fraturas do quadril representam um dos desfechos mais graves, associadas a um aumento no risco de mortalidade e a longos períodos de recuperação.
Além disso, a perda de mobilidade pode levar ao desenvolvimento de outras condições de saúde, como trombose venosa profunda e pneumonia, devido à imobilização prolongada.
Também é importante reconhecer o impacto da osteoporose na saúde mental do idoso. A dor crônica e a diminuição da autonomia podem prejudicar o bem-estar psicológico, elevando o risco de desenvolver condições como depressão e, não raramente, ansiedade — devido à inquietação constante com a possibilidade de lesões adicionais e a diminuição da capacidade de cuidar de si mesmo.
Diagnóstico, tratamento e prevenção da osteoporose em idosos
A densitometria óssea é o exame padrão-ouro para medir a densidade mineral óssea, configurando-se como principal recurso para diagnóstico da osteoporose.
De maneira complementar, exames de sangue também podem ser solicitados pelo médico, permitindo a avaliação dos níveis de cálcio, vitamina D e de certos hormônios.
Vale destacar que tais exames, preferencialmente, devem ser realizados em check-ups de rotina, a fim de permitir intervenções precoces, caso alguma irregularidade seja observada.
Quanto ao tratamento, este visa fortalecer os ossos e prevenir fraturas, combinando medicamentos — como bisfosfonatos, que ajudam a prevenir a perda óssea —, suplementação de cálcio e vitamina D (quando necessário) e eventuais alterações no estilo de vida.
Em alguns casos, terapias hormonais podem ser recomendadas, especialmente para mulheres na pós-menopausa.
Prevenir a osteoporose é igualmente importante e inclui medidas como:
- Manter uma dieta rica em cálcio e vitamina D.
- Realizar exercícios físicos regularmente.
- Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
- Garantir a exposição solar adequada para a produção de vitamina D.
Por fim, não é demais enfatizar a relevância de consultas regulares com um médico geriatra. Tal prática assegura o monitoramento da saúde óssea, permitindo a detecção precoce de qualquer indicativo de osteoporose, além de oportunizar intervenções que evitam complicações futuras.