O que pode causar tontura em idosos?

Muitos idosos descrevem experiências de tontura, que podem variar consideravelmente em suas manifestações e intensidades.

Alguns relatam uma sensação semelhante à iminência de um desmaio, caracterizada por leveza na cabeça e fraqueza que compromete a estabilidade.

Outros percebem a tontura como um desequilíbrio, sentindo o chão sob seus pés instável ou como se estivessem sendo sutilmente puxados em uma direção.

Dentre essas experiências, a vertigem se destaca pela sua característica única: a ilusão de movimento. Esta sensação peculiar e desconcertante — que pode ser acompanhada por náuseas, vômitos e desorientação — ocorre quando parece que o ambiente ao redor está girando, embora esteja completamente estático.

É importante ressaltar que tontura e vertigem não são condições médicas isoladas, mas sim sintomas. Podem indicar desde questões menores até problemas de saúde mais graves, como veremos a seguir.

Principais causas de tontura em idosos

A tontura em idosos, embora comum, não deve ser vista como parte do envelhecimento.

É necessário investigar suas causas, pois muitas vezes é desencadeada por novos medicamentos ou está relacionada a condições médicas específicas.

Em certas situações, alterações no ouvido interno podem ser a raiz do problema.

Além disso, frequentemente, a tontura resulta de uma combinação de vários fatores.

Identificar a origem desse sintoma é, portanto, um passo fundamental no desenvolvimento de um plano de tratamento adequado.

Vale destacar que as possíveis causas listadas abaixo são apenas algumas hipóteses. Para uma avaliação completa e informações detalhadas, é essencial conversar com seu médico geriatra.

1. Desidratação

Uma das causas frequentes de tontura em idosos é a desidratação. Diferentemente dos mais jovens, os idosos estão mais suscetíveis a esse problema por vários motivos.

Primeiramente porque, com o avançar da idade, a sensação natural de sede costuma diminuir — o que pode levar a uma ingestão insuficiente de líquidos.

Além disso, o volume de água corporal total tende a se reduzir ao longo dos anos.

Outro aspecto relevante é o impacto de certas condições de saúde e medicamentos comumente prescritos para esta faixa etária, que podem aumentar a perda de líquidos, especialmente através da micção.

Desafios adicionais — como problemas de mobilidade — podem dificultar o acesso regular à água e outros líquidos, agravando o risco de desidratação.

Quando os níveis de hidratação caem, há um desequilíbrio nos fluidos e eletrólitos essenciais do corpo, o que pode desestabilizar o sistema vestibular (encarregado de manter o equilíbrio e a orientação espacial) e explicar os episódios de tontura.

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Confira: Importância da hidratação na terceira idade.

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2. Polifarmácia

Outro fator significativo que contribui para a ocorrência de tontura em idosos é a polifarmácia (termo utilizado para descrever o uso de múltiplos medicamentos).

Com o avançar da idade, torna-se comum o tratamento simultâneo de diversas condições, como hipertensão e diabetes, levando frequentemente a uma variedade de prescrições.

Cada medicamento traz consigo um conjunto de possíveis efeitos colaterais. Quando múltiplos fármacos são combinados, esses efeitos podem se intensificar ou interagir de maneiras inesperadas.

A tontura é uma das reações adversas mais comuns nesse contexto, podendo ser provocada tanto por um único medicamento quanto pela interação entre vários deles.

3. Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB)

Essa condição ocorre quando pequenos cristais de carbonato de cálcio — normalmente fixados em uma parte do ouvido interno — se deslocam para áreas onde não deveriam estar.

O ouvido interno é responsável por nos ajudar a manter o equilíbrio, e a movimentação desses cristais pode causar confusão nos sinais enviados ao cérebro sobre nossa posição no espaço, fazendo a pessoa sentir como se estivesse girando ou caindo. Isso normalmente acontece com movimentos simples do dia a dia, como olhar para cima, se abaixar, ou mesmo virar na cama.

A sensação de vertigem na VPPB é geralmente rápida, durando apenas alguns segundos, mas pode ser bastante intensa.

Além da vertigem, algumas pessoas podem sentir náuseas, ter episódios de vômito, ou experimentar nistagmo, que são movimentos rápidos e involuntários dos olhos.

4. Queda na pressão arterial

Uma redução significativa na pressão arterial sistólica — o número mais alto na leitura da pressão — pode levar os idosos a experimentarem uma sensação momentânea de tontura ou quase desmaio.

Esse tipo de queda de pressão (conhecida como hipotensão ortostática) é comum quando se levanta rapidamente.

A mudança brusca de posição pode temporariamente diminuir o fluxo de sangue para o cérebro, provocando esses sintomas.

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Veja também: Prevenção de acidentes domésticos com idosos: dicas para deixar a casa mais segura.

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5. Condições cardíacas

Diversas condições cardíacas, como cardiomiopatia, ataque cardíaco, arritmia cardíaca e ataque isquêmico transitório, podem afetar a maneira como o sangue é bombeado para o corpo, incluindo órgãos vitais como o cérebro e o ouvido interno.

Quando o fluxo sanguíneo se torna inadequado ou há uma diminuição no volume de sangue no corpo, o fornecimento de sangue necessário para manter o equilíbrio e a orientação espacial pode ser comprometido, resultando em tontura.

6. Ansiedade

Problemas de saúde mental, especialmente a ansiedade, também podem ser uma causa subjacente de tontura em idosos.

Em momentos de ansiedade intensa, o corpo pode desencadear uma resposta de “luta ou fuga”, que altera a pressão arterial, a frequência cardíaca e a respiração. Essas alterações fisiológicas podem levar a sensações de tontura ou desequilíbrio.

Além disso, a ansiedade pode aumentar a sensibilidade do corpo às mudanças no ambiente e à percepção do próprio equilíbrio, tornando o indivíduo mais propenso a sentir tontura.

Em alguns casos, a preocupação constante com a saúde e o medo de cair ou desmaiar podem agravar ainda mais os sintomas de tontura.

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Leia também: Como cuidar da saúde mental na terceira idade: 6 dicas essenciais.

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7. Degeneração da coluna vertebral

O envelhecimento pode levar a alterações na coluna vertebral, comumente associadas a condições como artrite.

Essas mudanças, que refletem o desgaste natural da coluna, podem impactar a mobilidade do pescoço e da cabeça, afetando a capacidade de movimento.

Tal restrição de movimento interfere na forma como o cérebro recebe informações sobre a orientação do corpo no espaço.

Em condições normais, a coluna auxilia na transmissão desses dados com precisão, mas a degeneração pode comprometer a exatidão dessas informações. Como resultado, pode surgir a tontura, uma vez que o cérebro enfrenta dificuldades para interpretar corretamente a posição do corpo.

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Confira: Quedas em idosos: causas, consequências e estratégias de prevenção.

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Se você ou um ente querido estão enfrentando episódios de tontura, é importante abordar esta questão com um geriatra. Não hesite em buscar orientação médica para garantir saúde e bem-estar na terceira idade.